[CRÍTICA] Missão: Impossível – Nação Secreta

Me fascina como a franquia Missão: Impossível traz consigo uma espécie de gameficação em seus filmes, passando por diversas fases com seus próprios objetivos ao fim de conquistar um novo level, derrotar o “chefão” e zerar o jogo. Isto não muda com Nação Secreta, que se mantém nesta linha de raciocínio, na verdade, abraça de fato este detalhe.

Nas mãos de Christopher McQuarrie, seguindo a tradição de ter um diretor diferente por filme, o quinto longa de Missão: Impossível é uma junção do melhor de cada um de seus antecessores. McQuarrie implementa o lado espionagem apresentado por Brian De Palma no primeiro filme, as sequências megalomaníacas de Hollywood em Protocolo Fantasma (muito bem feitas por Brad Bird), mas sem extravasar tal qual a sequência de John Woo, além de conseguir fazer uma trama mais ‘pé no chão’, assim como J.J. Abrams fez em M:I III.

É interessante ver como Nação Secreta se conecta com os demais filmes em sua trama – algo pouco ou quase nada visto antes. Não apenas por dar continuidade ao gancho final do quarto longa colocando Ethan Hunt (Tom Cruise) atrás do misterioso Sindicato, mas retorno de personagens marcantes como Jeremy Renner, Simon Pegg e Ving Rhames traz familiaridade à tela para o espectador. Ainda sim, o diretor não tira a marca de Missão: Impossível e entrega uma obra que mantém o segmento de “episódio independente” que cada longa carrega.

McQuarrie seja talvez o diretor que mais se identificou com o que Missão: Impossível é nos dias atuais, seus demais trabalhos com Tom Cruise – como Jack Reacher – são um ótimo ponto que levou ambos a caminharem tão bem no futuro da franquia. Indo além de Ethan Hunt (sempre magistral em Cruise), os demais personagens funcionam como peças de quebra-cabeça que montam um conjunto maior, Luther (Rhames) e Benji (Pegg) fazem o lado cômico e William Brandt (Renner) traz racionalidade à trama, o único ali que questiona os comandos de Hunt.

A estreia de Rebecca Ferguson como mais uma clássica contraparte feminina de Ethan Hunt é precisa e muito bem-vinda, além é claro de Sean Harris como o pacato antagonista Solomon Lane, um vilão à altura de Hunt que causa nervosismo em sua falta de expressões faciais e bagunça seu psicológico – embora talvez merecesse mais tempo de tela.

Mesmo tendo leves traços de um filme genérico de ação, Missão: Impossível – Nação Secreta foge um pouco do espetáculo generalizado que é Protocolo Fantasma e retoma as origens da espionagem, com mentiras, ilusionismo, apetrechos, surpresas e manipulações, mas tudo isso sem deixar de lado o belo entretenimento hollywoodiano.

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