[CRÍTICA] Amor e Monstros

‌Clássicas aventuras mágicas, distópicas ou simplesmente fora do comum se tornam sempre uma boa pedida para um fim de tarde quando bem executadas, tal como Jumanji (1995), Stardust (2007), entre outros, um estilo que vem se perdendo no últimos anos. A Netflix, porém, trouxe de volta essa sensação com seu novo longa, Amor e Monstros, que encanta em suas paisagens numa trama leve, focada e extrovertida. 

O longa, comandado pelo pouco conhecido Michael Matthews, se passa numa Terra pós apocalíptica onde insetos e répteis se tornam gigantes e dominam o planeta azul, depois de sete anos nessa realidade, o protagonista Joel (Dylan O’Brien) parte numa aventura em meios à esses monstros para encontrar sua antiga namorada. É uma premissa que chama a atenção e conquista em sua chamada, seu desenrolar é natural, interessante, ainda que a jornada do protagonista em si acabe sendo muito mais gratificante do que seu destino, destino esse que acaba fajuto de certa forma por conta de sua previsibilidade escancarada.

‌Amor e Monstros é uma mistura equilibrada de diversos gêneros, do romance calmo e clichê ao suspense leve com doses de jump scare e uma boa pitada de comédia que tira boas risadas, é uma caminhada suave que Michael Matthews faz entre distintos tons sem nunca exagerar em nenhum, encontrando um consenso geral entre os mesmos. Em tom geral, a diversidade dinâmica e cativante do longa com sua história espontânea e seu cenário inteligente traz à memória relíquias de Steven Spielberg como E.T.(1982) e Jurassic Park (1993), talvez uma comparação um pouco precipitada, mas ainda sim correta em seu apontamento. 

Lembra boas histórias da série de livros Goosebumps, de R.L. Stine (que inspirou uma série de TV em 1995 e um filme em 2015), assim como as histórias da franquia literária, Amor e Monstros diverte num terror leve e de um bizarro original. É possível sentir a mãos dos produtores Shawn Levy e Dan Cohen nos monstros que atacam Joel em sua aventura, grandes semelhanças são visíveis entre essas e as criaturas de Stranger Things, série da Netflix criada por ambos.

De forma ampla, Dylan O’Brien interpreta um clássico protagonista isolado em suas funções e que não se enquadra nos quesitos sociais até que encontra uma missão e passa por apuros para conseguir concluí-la. É um papel raso por assim dizer, mas ainda sim bem interpretado por O’Brien, que tal qual a trama, passeia com calma pelos diferentes gêneros aplicados pelo diretor em seu filme. Mesmo com uma química superficial com Aimee (Jessica Henwick), cujo destino seria um porto apaixonante, o diretor ainda implica uma boa história sobre família e o significado dessa palavra, é interessante vermos o protagonista interagindo com terceiros em sua jornada e encontrando um lar em cada um deles, seja em seu bunker, com Minnow (Ariana Greenblatt) e Clyde (Michael Rooker) ou no adorável e fiel cachorro Boy (ou garoto).

O filme é um mergulho agradável em belas paisagens que se completam com os muito bem executados efeitos especiais, não à toa que o longa foi indicado ao Oscar nessa categoria. E mesmo num desfecho apressado, mas condizente com a trama no todo, Amor e Monstros é uma sessão da tarde despretensiosa muito bem feita que cumpre seus propósitos, uma verdadeira diversão garantida que entretém qualquer espectador bem humorado.

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