Apesar da grande queda de qualidade que as produções da Marvel Studios vem sofrendo desde Vingadores: Ultimato (com um ou outro se salvando), é impossível negar que o estúdio conquistou uma legião de fãs capaz de consumir qualquer produto da empresa. Infelizmente, ao que parece, isto deu aval para o estúdio produzir conteúdos sem qualquer comprometimento com o espectador.
Invasão Secreta adapta uma clássica história dos quadrinhos da Marvel e surgiu como a promessa de um trama séria, algo pouco – ou quase nunca – visto no MCU. Tal promessa é cumprida, em seus seis episódios, o roteiro se mantém sóbrio e nada refém das piadas caricatas do estúdio, a prova de que Kevin Feige e Cia. são capazes de resultar em produções deste nível ao ponto de não terminarem como ‘Thor: Amor e Trovão’ ou ‘Quantumania’.
Mas o ponto alto da série para por aí. É válido dizer que muitos acharam estranho não termos vários vazamentos como as demais séries e filmes do MCU, todavia, fica evidente agora: não acontece praticamente nada relevante em Invasão Secreta – não seria uma mentira dizer que a série começa e termina no mesmo ponto inicial.
Por seis capítulos, acompanhamos uma história – ainda que em um estilo político – pacata e sem qualquer emoção. A trama beira o tédio quando chega ao seu fim, deixando o sentimento de “é só isso?”. Nem mesmo Samuel L. Jackson representando mais uma vez muito bem seu personagem, a ótima estreia de Emília Clarke ou até a bela atuação de Olívia Colman conseguem deixar uma boa impressão ao programa.
Talvez esteja na hora da Marvel Studios e seus executivos reavaliariem a necessidade de continuar insistindo nas séries conjuntas do MCU, poucas são as que se salvam (e nunca por completo). Invasão Secreta, se não bastasse a sensação de tempo desperdiçado que causa, ainda se conclui no maior clichê possível para produções de quadrinhos: um embate caricato entre personagens de CGI. Se antes era aguardada como um grande momento no MCU, Invasão Secreta é hoje apenas mais uma promessa desperdiçada.
