[CRÍTICA] Missão: Impossível – Efeito Fallout

Missão: Impossível – Efeito Fallout é o primeiro longa da franquia a quebrar a tradição de trazer um diretor por filme, tendo Christopher McQuarrie mais uma vez no comando da história. É fácil entender o porquê deste retorno, uma vez que, embora cada longa traga uma peculiaridade de seu diretor, McQuarrie seja aquele que mais tenha conciliado o clássico ao moderno e realmente entendido o que seria melhor para a saga no futuro. Ele conhece não só Ethan Hunt como o também o próprio Tom Cruise e sabe como conduzir uma boa ação 

De fato, Efeito Fallout se sobressai aos outros em um quesito interessante. Se antes tivemos Ethan Hunt conhecido por imaginar e realizar planos mirabolantes para concluir sua missão, neste sexto filme somos banhados pela arte do improviso, uma vez que a frase mais dita por Hunt no filme é “eu vou dar um jeito”. Chris McQuarrie e Tom Cruise brincam com o significado da palavra impossível, e nós, meros mortais, nos esbanjamos com este resultado.

Fallout te conquista na ação, McQuarrie conduz suas sequências de maneira muito satisfatória, seja numa impressionante perseguição de carros, em uma batalha magistral de helicópteros, nas batalhas corpo a corpo otimamente coreografadas ou com Tom Cruise (literalmente) pulando de paraquedas. Este é talvez aquele que se consagra como um dos melhores thrillers de ação dos últimos anos.

Por outro lado, o sexto filme de Missão: Impossível, mesmo dando um pouco mais de sentimentalismo ao protagonista, pouco evolui qualquer personagem ou sequer traz uma trama diferente. Fallout repete o vilão de Sean Harris que mais uma vez, embora tenha cacife para ser um perfeito antagonista ao espião principal, pouco consegue brilhar com o escasso tempo de tela que lhe é concedido para realizar seu trabalho.

Mas não é à toa quando digo que Christopher McQuarrie é um bom retorno à franquia, aliás, não apenas ele, já que ao contrário dos primeiros filmes da franquia, não temos personagens secundários facilmente descartáveis onde pouco nos importamos. A continuidade no elenco de atores como Simon Pegg, Ving Rhames e até mesmo Rebecca Ferguson trazem um algo a mais ao longa, um mero sentimento de apego cuja diferença é enorme.

O único viés nesse belo elenco pende para o novo integrante, Agente Walker (Henry Cavill), cuja estreia é controversa, apesar de ser uma peça essencial em sequências de ação e combate físico. Difícil dizer o que é mais sem sal, a atuação de Cavill, seu personagem, ou pior, a combinação de ambos. Sendo um agente da CIA com a obrigação de ‘ficar de olho’ em Ethan e realizar a missão a qualquer custo, fica evidente que em algum momento os planos de Hunt serão frustrados por ele. A importância de Walker na trama é sim muito relevante, mas a interpretação rasa que lhe conceberam diminui muito a gana que lhe é necessária, é até válido dizer que o espectador se interessa mais pela presença de Henry Cavill simplesmente pela famosa carisma emanada pelo ator.

Em suma, mesmo não tendo algo muito chamativo na premissa, o roteiro de Missão: Impossível – Efeito Fallout consegue entreter com seus plots bem executados, de forma que tal qual acontece com os personagens, nós, simples espectadores, somos enganados frente a tela com artimanhas de cair o queixo. Ainda que seu antecessor, Nação Secreta, seja preferível, é admirável o entendimento de Chris McQuarrie sobre a franquia, confirmando que o diretor será mais que bem-vindo à continuar por alguns bons anos no comando do futuro de Ethan Hunt.

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