Com uma vida falsa — ou uma “vida dos sonhos” completamente vazia — Koumba ainda não encara sua realidade. Ela prefere permanecer nesse mundo mágico que sempre idealizou, ao ponto de jogar cassino em Las Vegas e ganhar absolutamente tudo, porque os Pluribus jamais fariam algo que pudesse magoá-la. Mesmo em um jogo de azar, eles se certificam de que ela vença. E é justamente essa bondade exagerada dos Pluribus que irrita: eles agem como se tudo o que fazem fosse moralmente perfeito. Eles simplesmente não fazem o mal.
E é aí que mora o problema. Nessa obsessão por serem “perfeitos”, os Pluribus conseguem passar pano para algo extremamente grave: o canibalismo. Não adianta tentar florear com esse papo de nutrientes e explicações científicas — no fim das contas, eles usam corpos humanos mortos para produzir aquele “leitinho super nutritivo” que consomem. Então eles não têm coragem de arrancar uma folha de árvore, mas acham totalmente normal reciclar cadáveres? Pelo amor de Deus. Como se isso fosse algo virtuoso. Parece que esqueceram convenientemente dos mais de um bilhão de mortos que recusaram ser infectados no dia em que a epidemia começou, né?
Mas, apesar de todo esse conto de fadas distorcido que eles insistem em narrar, Carol finalmente recebe uma boa notícia: os Pluribus não conseguem transformar pessoas não infectadas sem coletar células-tronco da própria pessoa. E, como seguem suas regrinhas perfeitas, jamais fariam isso sem consentimento. Carol, que não é nem um pouco ingênua, já deixou claro: ela não aceita. E isso muda absolutamente tudo.
Enquanto isso, depois de muito tempo de espera, Manousos Oviedo finalmente entra em ação. Após receber e assistir à fita enviada por Carol falando sobre uma possível cura, ele imediatamente compartilha do mesmo pensamento dela. Em um cenário apocalíptico, passando fome, preso no próprio trabalho e sem qualquer intenção de interagir com os Pluribus, Oviedo provavelmente sonha todos os dias com a possibilidade de o mundo voltar ao normal — se é que isso ainda é possível.
Só que nada é simples. Oviedo até tenta dirigir até o México para encontrar Carol, mas descobre que seu carro simplesmente não funciona mais. Coincidência? Duvido muito. É difícil não imaginar os Pluribus drenando a gasolina para impedir essa aproximação. Está claro que eles morrem de medo de Carol e Oviedo se juntarem e realmente encontrarem uma cura para tudo isso.
E mesmo que eu queira muito que a série continue, a sensação de sufoco e ansiedade de assistir tudo isso faz torcer ainda mais para que os dois consigam finalmente restaurar o mundo. No fim do episódio, fica evidente que Oviedo não está para brincadeira: chega a xingar a própria mãe dele. Seria feio… se fosse realmente a mãe. Mas nós sabemos que não é — é apenas mais um dos bilhões de Pluribus espalhados pelo mundo.

























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