Toda série tem aquele episódio “quebra-gelo”, e eu nunca vejo esse tipo de capítulo como desnecessário. Pelo contrário: ele é essencial para nos aprofundarmos nos personagens, compreendermos melhor o mundo mostrado e respirarmos um pouco entre tantos acontecimentos intensos. No caso de It, eu já estava precisando desse respiro. As coisas vinham acontecendo rápido demais — muita informação, tensão constante, horror do início ao fim. Então, mesmo com poucas cenas de ação, este episódio foi crucial em diversos momentos, como por exemplo:
A união das crianças — a intimidade entre elas. Não estão ali apenas para enfrentar a Coisa, mas também para viverem como amigos. Mesmo começando com a briga entre Lilly e Ronnie, dá pra perceber rapidamente que aquilo é só uma discussão passageira, típica entre amigos. E aí vemos o cuidado de Will, o verdadeiro coração do grupo. Ele não se preocupa apenas com Ronnie porque gosta dela; se preocupa com todos. Enfrenta até o próprio pai para ficar com os amigos e protegê-los. E o relacionamento de Rich e Marge, que vem sendo insinuado desde o primeiro episódio, finalmente começa a ganhar forma com mais clareza.
Depois, temos o principal momento de ação — que ao mesmo tempo traz mais informações sobre a Coisa. A obsessão da Senhorita Kersh por It é perturbadora. Ela está completamente iludida, acreditando que o palhaço é seu pai. Mesmo testemunhando Pennywise matar uma criança na sua frente — e pior, a criança só estava ali porque a própria Kersh não a deixou fugir — ela permanece entregue à obsessão. E isso explica suas aparições em outros episódios: não necessariamente como uma personagem relevante, mas como projeções delirantes criadas pelo próprio palhaço para brincar com a mente dela… ou para assustar as crianças. A questão agora é: até onde essa obsessão vai levar a Kersh?
Também vemos Pennywise voltando a atormentar Lilly na escola. E é exatamente esse o tipo de vítima que ele adora: Lilly, a garota marcada como “louca”, aquela que jamais deveriam ter tirado do manicômio — segundo o olhar cruel de Derry.
E o final já prepara o terreno para o próximo episódio: todos contra o inocente Hank Grogan. Claro que Charlotte poderia ter escolhido um esconderijo melhor — mas enfim, agora todos estão reunidos no mesmo lugar. E isso, em Derry, é perigoso demais. Porque ali, não é só o palhaço que representa uma ameaça. Os próprios moradores da cidade fazem esse papel perfeitamente.
Boa sorte, Grogan. Você vai precisar.









































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